Breaking News

CORPO E ALMA( JULIO VIDAL ATOR DE FILMES PORNO)

Corpo e alma


Julio Vidal, mais de 200 filmes como ator pornô, deixou de explorar o corpo malhado, entrou na Faculdade de Teologia, e hoje cresce apenas o seu rebanho de almas no interior de São Paulo. Julio virou um bem sucedido pastor evangélico.
IdG: Continua sendo procurado, pessoal e/ou virtualmente, pelos fãs? O que eles conversam com você? Isso te incomoda?
Giuliano: Primeiramente olá a todos!
Olha, ainda continuo sim sendo procurado por algumas pessoas que conheceram e outras que passaram a conhecer a nossa história. Algumas me procuram por curiosidade, outras querem saber o porquê de tal mudança e/ou saber o segredo para poderem mudar também. E não me incomodo com isso. Estou acostumado e falo com aqueles que me tratam com respeito.
IdG: Continua recebendo propostas financeiras da indústria pornô para voltar aos filmes ou de fãs ainda apaixonados que gostariam de realizar fantasias através de encontros, digamos, mais intimistas? O que geralmente responde a todos?
Giuliano: A ultima vez que recebi proposta para voltar faz uns dois anos. Algumas pessoas me procuram sim com propostas individuais. Entendo elas, mas acho também que as pessoas devem compreender que o Julio Vidal era um personagem que criei, eu era um ator e tinha que convencer aqueles que assistiam. Sou uma pessoa normal como qualquer outra.
IdG: Algum valor financeiro pesaria na sua decisão de voltar? Estamos falando de milhões de dólares...
Giuliano: Não, de modo algum! Estou convicto da minha decisão e já tive muitas propostas. Dizem que todo ser humano tem o seu preço, mas, para mim, houve um homem, Jesus Cristo, que pagou o maior preço pela minha vida.
IdG: Você se considerava um voraz sexualmente ou que a sua libido era incomum, levando em conta que atuou em filmes de todas as espécies (homo, bi, trans, travestis e hétero) dos gêneros sexuais (homem e mulher)?
Giuliano: Não me considero uma pessoa voraz sexualmente. Claro que tinha um desempenho diferenciado dos demais. Era jovem e fui considerado um dos melhores naquilo que fazia, mas não, eu era um profissional na questão dos gêneros e espécies nas quais atuei. Posso dizer que fui influenciado pelo sistema, era ator de filmes héteros e tinha aquele famoso preconceito de quem fazia um gênero não podia fazer o outro. Fiz  cerca de trezentos filmes heterossexuais. Quanto aos demais, não fiz mais do que 17. Foram filmes que eles diziam para fazermos porque não iriam rodar no Brasil, porém, por necessidade, fazíamos. Veio a internet, a globalização e os filmes passaram em todo o mundo.
IdG: Já se relacionou com homens fora dos filmes, mesmo que tenha sido por interesse que não o afetivo/sexual/amoroso? O financeiro, por exemplo?
Giuliano: Não. Afetivamente nunca me relacionei com homens. Como te disse, criei um personagem, tanto que, a depender da espécie de filme, colocava nomes diferentes. Havia propostas para me relacionar com homens, mas eu era ator e ganhava relativamente bem no que eu fazia.
IdG: Você costumava ser assediado por homens e mulheres antes de se tornar ator pornô, na sua adolescência, por exemplo? Teve alguma experiência homossexual naquela fase?
Giuliano: Assédio, sim. Acho que todo adolecente já passou por isso, mas nunca tive experiências homossexuais em minha adolecência.
IdG: Se arrepende de tudo ou considera que sua vida pregressa foi apenas o caminho para chegar ao homem que é hoje?
Giuliano: Acho um pouco hipócrita esse papo de algumas pessoas que afirmam não se arrependerem de nada que fizeram. Eu me arrependo sim de muita coisa, mas tudo serviu de experiência para eu ser o homem que sou hoje.
IdG: O que passaria uma borracha e o que manteria daquela época?
Giuliano: Passar uma borracha é meio difícil. Cada situação me serviu de experiência.
IdG: O que diria hoje em dia para um amigo se ele o disesse que se tornaria ator pornô?
Giuliano: Diria a ele que tem o direto de escolher o que quiser para a sua vida, mas, como conselho, diria para não fazer isso. É muita exposição e a vida é uma só! Muita gente irá pensar: por que então vc escolheu? Eu estava com 19 anos de idade e tinha um filho para criar sozinho. Meu objetivo era dar um futuro ao meu filho e foi o que apareceu, mas hoje está muito melhor, há muitas opções e recursos para as pessoas.
Julio Vidal (foto cedida - arquivo pessoal 1)  Vida atual

IdG: Você continua firme nos seus propósitos religiosos? Alguma vez (sinceramente) pensou em desistir, retornar ao mundo pornô ou até fazer outra coisa relacionada ao entretenimento?
Giuliano: Sim. Graças a Deus, que tem me dado forças, estou firme nesse caminho. Ele me escolheu e eu optei em segui-Lo, falar e viver por Ele. Claro que, nesses quase oito anos, cogitei desistir devido à diferença financeira. Renunciei a tudo e hoje vivo com 10% do que eu costumava ganhar quando atuava. Para quem tem família não é fácil, mas, até aqui, o Senhor tem me ajudado.
IdG: Quais espécies de tentação sentiu após se tornar pastor?

Giuliano: A dificuldade foi sacrificar a minha família e viver num patamar de vida muito aquém da que eu me acostumei. Porém, aprendemos a viver com menos. Costumo dizer que o pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é pouco.
IdG: Qual era a sua visão sobre a homossexualidade antes de se tornar pastor e qual é a de agora?
Giuliano: São as mesmas. São seres humanos, são vidas com sentimentos, ideais e sonhos. Somos todos iguais.
IdG: Você disse acima que vive hoje com, aproximadamente, 10% do que ganhava quando atuava. Isso é muito pouco?
Giuliano: No começo, como já disse em outras entrevistas, fui trabalhar como recepcionista em um hotel e depois fui trabalhar com vendas. Durante esse período, estudei e me formei em teologia. Hoje, vivo das vendas dos meus DVD's e das palestras 'Pregações' para as quais sou convidado. Vou para qualquer lugar que me convidam e não imponho valores para o que faço. Diria que, contabilizando tudo isso, atinjo cerca de  20% do que ganhava antes, mas vivo bem feliz com minha família. Deus não deixa faltar nada que necessitamos.
Giuliano Ferreira (rosto 1)Giuliano Ferreira (rosto 2)Giuliano Ferreira (rosto 3)Julio Vidal (rosto2)Giuliano Ferreira (rosto 6)Giuliano Ferreira (rosto 7)
Religião

IdG: Você é o tipo de pastor que acredita e prega a "cura" da homossexualidade? Aconselharia alguém a deixar de ser?
Giuliano: Sou o tipo de pastor que prega o amor ao próximo; a fé; a mudança pela busca de Deus; a renúncia; e também aquilo que a Bíblia diz que é certo ou errado, segundo a palavra de Deus. Agora, sobre a cura da homossexualidade, não, pois isso não é doença. Cada ser humano tem a sua opção. Aconselho uma mudança de vida àqueles que querem mudar, que desejam ter uma vida com Deus e segui-la baseada nos preceitos bíblicos.
IdG: "Ministério Brasa do Altar", a sua igreja, é 'assembleista', da mesma corrente do pastor Silas Malafaia?
Giuliano: Sou da Assembléia de Deus-Madureira, "Brasa do Altar" é o título do meu chamado "Ministério Avivalista de Poder pela Palavra de Deus". Sim, é do mesmo segmento do pastor Silas Malafaia.
IdG: Aliás, o que acha do pastor Malafaia e da sua 'obsessão' em perseguir os homossexuais?
Giuliano: Olha, ele é um grande líder, um homem de grande conhecimento e experiência e acho que tem uma oportunidade que poucos têm: um programa de TV. Ele poderia, ao invés de impor as suas opiniões, falar do amor de Deus, do amor ao próximo, pregar o Evangelho e pensar nas almas que querem mudança. Ou seja, fazer apenas aquilo que Jesus mandou. Mas, como todos temos opiniões próprias, elas nunca agradarão a todos. Nem Jesus agradou a todo mundo.
IdG: Qual é mesmo o perfil de sua igreja e qual a sua opinião pessoal sobre os demais pastores que atacam a homossexualidade, os quais, segundo penso, a usam como estratégia de marketing?
Giuliano: O perfil da igreja que eu congrego, eu coloco assim, pois não fui eu quem criou a denominação: sou um membro de uma igreja com cem anos de história. O perfil dela é direcionar o homem a Deus. Esta é a verdadeira religião, pois religião significa religar o homem a Deus. Sobre os demais pastores que atacam o homossexualismo, a Bíblia fala que não é pela força e nem pela violência que convencemos o ser humano. Nós não escolhemos a Deus, mas é Ele quem nos escolhe. Então, acho que isso basta. Temos que pregar e falar de Deus, mas Deus é pra quem O deseja.
IdG: O que acha da Igreja Cristã Contemporânea, aquela fundada pelo casal de pastores gays?
Giuliano: Respeito pelo desejo de louvar a Deus, mas, infelizmente, é uma grande heresia pela sua ideologia de basear a Bíblia aos versículos isolados, por aquilo que eles pensam. Como disse, seguir Deus tem suas renúncias, tem que querer e viver uma vida baseada na Sua palavra.
IdG: Você considera as relações homossexuais um pecado, mesmo que monogâmicas?
Giuliano: Sim, é pecado, de acordo com a Bíblia. Mesmo que se restrinja ao relacionanto entre duas pessoas.
[Gênesis, 2:18:]
E disse o senhor Deus: não é bom que o homem esteja só farei uma ajudadora que esteja diante dele.
[Romanos 1:27:]
E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
Aí, vão dizer: o cara fez o que fez agora quer falar isso.
Repito: religião, seguir Deus é um chamado, uma opção, pois a Bíblia também diz: O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia. [Provérbios 28:13]
IdG: O que achou da decisão do Supremo Tribunal Federal, de maio de 2011, que incluiu as famílias formadas por gays, que vivem em união estável (homoafetivas), na Constituição Federal com os mesmos direitos legais dos casais heterossexuais?
Giuliano: Eu não aprovo para a minha vida, mas cada um tem o direto de lutar e escolher aquilo que é melhor para sua vida.
IdG: Há famílias gays (com filhos) e/ou gays solteiros na sua igreja? São bem vindos?
Giuliano: A igreja é aberta a todas as pessoas, o que não se pode é 'membrar' aqueles que vivem fora dos preceitos da igreja ou da Bíblia. Todos são bem vindos.
IdG: Digamos assim, um homossexual assumido, casado - com outro homem, claro - e religioso, terá chance de se tornar pastor de sua igreja?
Giuliano: Como disse, para se 'membrar', ele deve viver segundo a palavra de Deus. Ser pastor tem que ser uma vocação.
IdG: Quais os seus projetos para o futuro? Pensa em se candidatar a cargos políticos/eletivos, por exemplo?
Giuliano: Temos alguns projetos, todos temos. Sobre cargos políticos, já tive proposta por eu morar numa cidade pequena. A nossa cidade vê transparência em nossos atos e em nossa vida, mas, de momento, não é nosso objetivo.
Julio Vidal (foto cedida - arquivo pessoal 3)  Internet

IdG: Como se deu o contato com a primeira matéria do IdG sobre você e qual foi a sua análise (leia aqui)?
Giuliano: Estava vendo matérias sobre mim, pois muitos postam sem autorização e ainda fazem análises ou colocam palavras que não dissemos. Temos que lutar pela verdade que foi dita.
IdG: Quero crer que você deu uma espiada no restante do site. O que achou?
Giuliano: É bem diversificado. As matérias são interessantes e temos que estar informados. Este é o objetivo.
IdG: Agora, no geral, qual visão tem sobre sites LGBTs? Você sabe, há muitos na internet...
Giuliano: Cada um luta pelo seus ideais. Se o Publico alvo é o GLS, tem que haver matérias que interessam ao público. Sempre há os bons, os medianos e os ruins como em toda área.
Julio Vidal (foto cedida - arquivo pessoal 2)
Família

IdG: Onde nasceu e onde vive atualmente?
Giuliano: Nasci em São Paulo, capital. Vivo hoje em Ribeirão Bonito - SP.
IdG: Como foi a infância e o relacionamento com os pais e irmãos? Como é atualmente a relação entre você e a família ascendente?
Giuliano: Fui criado pela minha mãe e tive um irmão e duas irmãs. A relação com eles é muito boa. Sou de uma família humilde, de muito sofrimento, mas eu a amo.
IdG: Você disse em seu site que iniciou a carreira pornô aos 16 anos. Contou à família? Como ela encarou tal decisão?
Giuliano: Iniciei aos 18 anos dançando em casas noturnas. Aos 19, comecei nos filmes. Minha mãe se entristeceu muito, pois tive uma educação cristã, mas ela me deixou aprender com a vida.
IdG: E a família que você formou - esposa e filhos - todos têm orgulho do Giuliano?
Giuliano: Creio que sim. Sou muito aberto com eles e eu luto para fazer o melhor para todos.
IdG: O que costuma fazer nas horas livres com os filhos e com a esposa? Costumam viajar, vão ao cinema, a restaurantes, praias, etc?
Giuliano: Sim, sou como todo pai que deseja proporcionar momentos bons e felizes com a família. Sou muito caseiro também, adoro assistir a filmes e comer. Quando dá, viajo com a família. Isso faz bem.
IdG: Seus filhos são praticantes da sua religião?
Giuliano: Sim.

Rapidinhas

IdG: Qualidade/defeito?
Giuliano: Sou brincalhão e costumo falar o que penso.
IdG: Qual seu estilo pessoal em relação à moda? Só anda de terno hoje em dia?
Giuliano: Não. Eu curto andar de tênis e calça jeans também. Já na igreja, sim, só termo e gravata.
IdG: Perfume?
Giuliano: Joop e Styletto.
IdG: Música?
Giuliano: variadas.
IdG: Filme?
Giuliano: O Pianista.
IdG: Livro?
Giuliano: Heróis da fé, A Cabana, História dos Hebreus, entre outros.
IdG: Melhor programa de tevê?
Giuliano: A Liga, CQC, Jô Soares e Caldeirão do Huck.
IdG: Homem e mulher que admira?
Giuliano: Jesus e a minha esposa.
IdG: Ator/atriz?
Giuliano: Morgan Freeman e Fernanda Montenegro.
IdG: Lazer/hobby?
Giuliano: Ficar em casa com a família.
IdG: Melhor viagem?
Giuliano: Campos de Jordão e Madri.
IdG: O que é religião? Para você, todas vêem Deus de uma única forma?
Giuliano: Religião é manter um relacionamento com Deus. Acho que não. Deus se apresenta para nós de várias formas.
IdG: Por gentileza, uma mensagem aos leitores do Identidade G.
Giuliano: Quero desejar a todos um feliz 2012. Espero que tenham gostado da entrevista. Sei que muitos gostarão e outros não, mas essa é a minha realidade. Vivam a vida, busquem Deus e sejam felizes.

Nenhum comentário