ANISIO TEIXEIRA: UNB VAI INVESTIGAR A SUA NORTE
Comissão da Verdade da UnB vai investigar a morte de Anísio Teixeira
Bahia Notícias
Para o regime militar, educador era comunista
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A Comissão de Memória e Verdade da Universidade de Brasília (UnB)
investigará a morte de Anísio Teixeira, ex-reitor da universidade. A
suspeita é que Teixeira tenha sido assassinado em março de 1971, por
agentes do Estado, após ter sido sequestrado e levado para uma unidade
da Aeronáutica, quando ia para cada de Aurélio Buarque de Holanda, no
Rio de Janeiro. Em declaração à Agência Brasil, o filho do educador, o
biógrafo João Augusto de Lima Rocha, que também é professor da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), afirmou que na época da morte,
Teixeira estava com 70 anos e se preparava para ingressar na Academia
Brasileira de Letras (ABL) e sua candidatura, apoiada por Aurélio, "não
era bem acolhida pelos militares". O psiquiatra Carlos Antônio Teixeira,
também filho de Teixeira, afirma que o pai "incomodaria até um regime
de esquerda" por suas orientações ideológicas. Ele acrescenta que Anísio
era "antidogmático por excelência", "um livre pensador", mas que para a
repressão militar era um comunista. Anísio Teixeira foi encontrado
morto no fosso de elevador do prédio onde morava o Aurélio Buarque de
Holanda. O "imortal da Academia de Letras" o aguardava para o de
apresentação da candidatura. Ele era o único candidato e Aurélio era o
último membro da ABL que encontraria antes da eleição. João Augusto
afirma que Anísio era "perigoso" por pensar e resolver os problemas da
educação no país. Anísio foi interrogado pelos militares após a invasão
da Unb, em agosto de 1968, sobre educação na União Soviética. Ele também
já havia sido perseguido pelo Estado Novo, antes da ditadura militar e
afastado da educação na prefeitura do Rio de Janeiro. Após isto, se
mudou para a Bahia e, à frente da educação no governo da Bahia, foi o
responsável pela criação dos conselhos municipais de educação. Mesmo
sendo visto como comunista pelos militares, ele recebeu a Comenda
Nacional do Mérito Educativo no Grau de Grande Oficial durante o governo
Médici.
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