Reflexão sobre a pesquisa
Acerca da pesquisa de intenção de voto para prefeito de
Uberlândia, fico injuriado com um pequeno deslize de tal pesquisa, que
demonstra quão manipulada ela pode ter sido.
Se na pesquisa espontânea, em que o entrevistado cita o nome que lhe
vem à cabeça, Gilmar Machado (PT) possui 25% das intenções de votos, o
prefeito Odelmo Leão (PP) (apesar de não poder concorrer à reeleição),
aparece com 6%, João Bittar (DEM) é citado por 5% dos entrevistados,
Luiz Humberto Carneiro (PSDB) por 4% e Liza Prado (PSB) com 1%, brancos e
nulos com 8% e 50% não souberam ou não responderam ao questionário do
Ibope.
Onde estão as intenções de voto para o Weliton e Elismar Prado (PT),
Felipe Attiê (PSDB), Carrijo (PP), Zaire (PMDB) e vários outros que com
toda certeza teriam seus nomes citados uma vez que é uma pesquisa
espontânea?
Se a pesquisa teve essa parte espontânea, por que não apareceram
esses nomes que têm expressão na nossa cidade? Em Uberlândia (fora os
votos conquistados em outras cidades), Weliton Prado (PT) teve 71.443
votos para Deputado Federal, para Deputado Estadual, o Elismar Prado
(PT) teve 59.338 votos e o Tenente Lúcio (PDT), 33.540 votos. (Fonte:
TRE-MG/2010).
Mentira tem perna curta… Não me venham defensores da candidatura do
Gilmar dizer que foi coincidência, pois na estatística coincidências não
existem! Precisamos engolir tamanho despautério? Penso que se a
pesquisa é espontânea, poderia falar se quisesse meu próprio nome ou o
do meu pai, do Tiririca, do Zé das pamonhas, enfim, espontânea quer
dizer que posso falar o nome de quem eu quiser e que, em hipótese
alguma, poderia haver a exclusão da minha resposta (como é normal em
alguns métodos de tratamento estatístico), pois volto na repetir: a
pesquisa nesse caso é espontânea.
Outra característica que entendo ser importante pontuar é a de que o
atual Governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB), teve 5% das
intenções de voto na 1ª pesquisa de 22 de março de 2009, enquanto Helio
Costa (PMDB/PT) estava com 41% na mesma, o quadro das intenções de voto
em 23 de julho de 2010 (a pouco mais de 2 meses das eleições), apontava
Anastasia com 18% e Hélio Costa com 44%, perceba que a evolução do 1º
foi de 13 p.p. e do 2º de 3 p.p.
Em 10 de setembro de 2010 (a um mês do pleito), Anastasia já
apresentava 36% das intenções e Hélio Costa 39%, evolução de 21 p.p.
para o 1º e retrocesso de 2 p.p. para o 2º. Ou seja, até um mês antes
das eleições o máximo que poderíamos prever seria um empate técnico.
Bom, chegada a eleição (3/10/2010) e apurados os votos, temos eleito
com 62,71% dos votos Antônio Anastasia (PSDB), governador pelo Estado de
Minas Gerais, assim, chega-se à conclusão de quão furadas são tais
pesquisas, que a 2 meses do pleito apresentaram uma diferença (negativa)
de quase 5/7 da votação consumada.
Eleição em Uberlândia costuma ser mais complicada que em outras
cidades; tomemos por base que nunca houve, após a redemocratização, um
governo municipal que estivesse politicamente alinhado ao estadual e
federal, o que sinceramente vejo como algo salutar, pois o monopólio do
poder com um alinhamento político (quem dera ao menos fosse ideológico)
geraria (se já não gerou) uma ditadura velada e a criação de um novo
modelo de curral eleitoral baseado no populismo do Governo Federal.
Bruno Miranda Migliorini
PTB Jovem
Uberlândia(MG)
bmmigliorini@gmail.com
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