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COMO DOCUDRAMA,' TIM MAIA' LIMPA BARRA DE ROBERTO CARLOS


Roberto Carlos (George Sauma) e Tim Maia (Robson Nunes): relação de amizade foi reforçada na versão para TV por meio de depoimentos (Divulgação)
Roberto Carlos (George Sauma) e Tim Maia (Robson Nunes): relação de amizade foi reforçada na versão para TV por meio de depoimentos (Divulgação)
A Globo levou ao ar na noite de ontem (quinta, 1) uma versão diferente de Tim Maia, cinebiografia do “síndico da MPB”, daquela que estreou nos cinemas em outubro. Em formato de docudrama, o longa-metragem de Mauro Lima foi remontado com depoimentos e imagens de arquivo, em dois capítulos. O segundo vai ao ar nesta sexta (2), às 22h40.
Na TV, a narração deixou de ser de Cauã Reymond, no papel do cantor Fábio, e passou para próprio Tim (Babu Santana). Em um camarim, ele repassa sua trajetória desde os tempos de dureza na Tijuca até os anos loucos de rei do soul brasileiro. Entre tantos momentos saborosos da carreira do músico, o primeiro episódio dedicou um espaço considerável para a briga que Tim teve com Roberto Carlos, quando os dois tentavam a sorte no programa de Carlos Imperial. Nelson Motta, autor de Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia (Ed. Objetiva, 2007), livro que originou o filme, Erasmo Carlos e Roberto Carlos falam sobre a amizade e o temperamento difícil de Tim. “Existe a lenda, mas a gente sabe, internamente, que havia uma amizade”, sublinhou Erasmo.
Controverso, como se espera da biografia de um personagem como Tim Maia, o filme apresentou nos cinemas um jovem Roberto Carlos (George Sauma) um tanto desleal e afetado pela fama. Numa cena, quando Tim (Robson Nunes) finalmente fura o cerco de seguranças em torno do amigo para oferecer uma música, um dos assessores joga algumas notas no chão: “Aqui, Tião”, diz, com soberba. Na TV, a cena foi suprimida e o caminho de Tim até Roberto, consideravelmente encurtado – até a paz retomada da amizade com o lançamento da músicaNão Vou Ficar, em 1969. “Ninguém nunca deixou de estender a mão pra ele”, reforçou Erasmo.
Com a opção de detalhar a história do músico por meio das entrevistas, a narrativa deixou o campo do cinema e caiu no didatismo de explicar, por exemplo, quem foram James Dean e Elvis Presley. Foi, claro, uma maneira de mostrar algo além do conteúdo que se viu nos cinemas, em vez de partir as 2h20 de duração em duas sessões. Mas é uma pena que bons momentos do longa, como a passagem de Tim pelos Estados Unidos e tudo o que fez para chegar até lá, tenham sido reduzidos ao limite.  No novo formato, vale ainda dizer, o longa se aproximou dos episódios de Por Toda Minha Vida, que homenageou Tim Maia em 2007.

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